sexta-feira, agosto 01, 2008

CANTARAU DE AMOR POR ELA – O SARAU DOS NAMORADOS



FULANA

Luiz Alberto Machado

Tudo o que tenho nesta hora à luz da lua é a flor sedenta da sua nudez fulana, leniente e graciosa que faz o dia irradiar do seu ventre subjugando os meus olhos e o desejo acumulado como se eu fosse tributado pela surpresa premiada.

Tudo se inflama demais em mim e nada mais almejaria jamais além de vê-la nua espalmada viva se estirando inteira como a minha terra natal onde depositei a vaga lembrança de ontens perdidos nas pálpebras da cidade esquecida que emerge de repente na indulgência da vida.

Já não tenho certeza de nada nem vim para ficar e aqui estou hóspede cativo do seu corpo como quem indômito persegue as bandeiras da justiça no meu país.

Já não tenho certeza de nada enquanto invado o pacífico tempo amigável à espera de me apossar da mulher amada e me deixo levar pelo poder de atração da sua carne fresca e insaciável de rameira linda exclusiva pro meu ter até atingi-la a medula, aniquilá-la, devorá-la furioso e espantado como capacho num verdadeiro torpor e sem meias medidas, enfiado plenamente no pecado original e na nossa promiscuidade.

Não preciso de certeza alguma porque prefiro o percurso labiríntico da sua assimetria para que eu possa verter versos lascivos dos pés à cabeça com todos os gozos submersos na nossa maldição silenciosa de amar demais além da conta.

Não preciso de certeza alguma enquanto seus olhos cintilam o prazer sem disfarces, a sua boca palpitante oferta o beijo fellatio na minha flauta insinuada sob a lâmina da língua que me retalha trespassando a sua voz hipnótica que crava as garras na minha alma acesa onde o sorriso suave dos seus seios estremece.
Não há pra quê certeza alguma se sou viajante sem nome e endereço, afortunado e desembaraçado na jornada transbordante pela rota do congresso amoroso seguindo a intuição da minha cabeça entre as suas pernas, minha língua quente e sua terrina em brasa na excursão cunnillingus da fronteira catártica que incessantes obstinados nos arremessamos impetuosamente na nossa redoma viciada.

É o vício da carne que contagia e arqueja e contorce e resfolega ao manejo delicado do meu bote no alto-forno do seu torso modelado nos embates que celebram pormenores de ir mais longe que as nossas pelejas, disparates, cicios e cascatas até sermos a moldura inteira que dá no ramo florido à lua cheia, servindo-nos em festa do pecado que nos remedia a chance do mundo.

© Luiz Alberto Machado.

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